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Vocação Sacerdotal

Agosto é o mês que celebramos as vocações e convidamos algumas pessoas para falarem sobre sua vocação específica, a cada semana um testemunho! Hoje o Padre Ronaldo Rodrigues da Diocese de União da Vitória -PR nos conta um pouco sobre seu chamado e sua vocação de sacerdote:

No dia 08 de abril de 2018, pela imposição de mãos e oração consecratória, de Dom Leomar Brustolin, bispo auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre, estava abraçando minha vocação, na cidade de Rebouças, interior do Paraná, Diocese de União da Vitória. Um dia especial que trouxe consigo toda uma história de um desejo de servir a Cristo e a sua Igreja, que começou desde o seio da família, quando sempre participava das celebrações e de grupos de oração. Eu gostava de estar lá, mesmo só chegando na Igreja e logo adormecendo acordando somente na benção final, desde pequeno gostei de estar na casa de Deus, ainda mais quando tínhamos o grupo das crianças, onde enquanto os pais ficavam no grupo de oração, as crianças rezavam como crianças, e lembro com muito carinho deste momento, pois não tenho dúvidas que aqui foi a semente inicial do desejo de um dia ser padre.

Depois fui crescendo, não deixei de participar da comunidade, mas não participava com tanta frequência, até o dia em que fui convidado à ser coroinha, e numa das ocasiões que estava servindo na missa, uma senhora chegou até mim, e disse: “ Você tem uma cara de padre!”, imediatamente respondi dizendo que não tinha, e que eu queria casar, ter uma família, que ser padre não era pra mim. Mas, Deus trabalhou mais profundo e a frase dita por aquela senhora, ficou ecoando dentro da minha cabeça, e toda vez que eu me olhava no espelho eu ficava pensando, “será que tenho mesmo cara de padre?”, e assim foi durante 1 semana, até que germinou o desejo, o menino que antes dizia que não, agora dizia: “Por que não?”, desde então só cresceu o desejo, e mesmo com a possibilidade de namoro durante o período de discernimento, senti que aquilo já não me preenchia mais como deveria. Foi então que percebi que eu estava diante dum Amor muito maior do que eu podia imaginar, e foi assim que Deus me seduziu, na bondade e me mostrando seu amor, não podia deixar de me refugiar nele.

Entrei no seminário no ano de 2011, com 16 anos de idade, já iniciando a formação acadêmica, e permaneci até 2016, onde conclui os estudos e fui para o estágio pastoral, este período de formação foi uma das melhores fases da minha vida, pois mesmo sem perceber, Deus me lapidava, nos momentos de crise, me purificava e me concertava.
Tudo isso, me veio a mente no dia 08 de abril de 2018, domingo da misericórdia, às 15h, hora da misericórdia, e desde este dia, me senti tomado pelo amor e misericórdia do Senhor, até o momento, sou o padre mais novo da Diocese, tenho meus 26 anos de idade e 2 anos de padre, embora com tão pouco tempo neste ministério, posso dizer que nunca presenciei tão profundamente e fortemente a ação de Deus, como tenho presenciado sendo padre. É emocionante e amo celebrar a Eucaristia, sinto-me agindo na pessoa de Cristo, oferecendo o sacrifício do Senhor. É uma alegria acolher os filhos de Deus que renascem nas águas do Batismo, é incrível ver a ação de Deus na visita as famílias e de modo especial, encontrar os doentinhos esperando a misericórdia do Senhor, não me aguento de tanta alegria em ver os casais se unindo para serem testemunhas do amor de Deus em suas famílias, e o que dizer então de acolher em nome de Cristo e da Igreja, os filhos que estão voltando para os braços de Deus no sacramento da confissão. Quanta graça, quanta benção, é impossível não se render ao Senhor vendo suas maravilhas no mundo, toda vez que exercendo o ministério me dobro para lavar os pés e servir ao povo do Senhor. Tenho firme comigo esta consciência, de que os frutos que têm sido colhidos, não vêm de mim, mas vem do Senhor, e digo como João Batista, que Ele cresça e eu desapareça.

Enfim amo ser padre, amo a Igreja do Senhor, e sei que todo o esforço e trabalho que fizer aqui não serão suficientes para retribuir ao Senhor o que ele tem feito, por isso peço, que Ele não me deixe cansar ou desanimar de Santificar, quero até o meu último suspiro, ser um servo, para que as pessoas O encontrem e se refugiem nele.

Aos que um dia já pensaram em ser padre, se preparem para serem felizes, não sem cruz, mas muito feliz. Ser padre, vale muito, vale a própria vida!

Pe. Ronaldo Rodrigues, Diocese União da Vitória/PR

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