“Mais um aniversário do Pe. Eduardo. Sempre o celebramos. As festas eram bonitas, piedosas, criativas, muito participadas. Cada qual contribuía com o seu dote: eram músicas adaptadas, com letras expressivas! Versos de gratidão, amor, respeito, reconhecimento. Eram músicas, enfeites, lembranças. Frases marcantes, discursos! E que discursos… Margarida, Núbia, Isabel Sacramento…
Nos números teatrais, todas participavam. Os bolos mais decorados e significativos marcaram os tempos da Marieta Tomé. O quarto do padre, lá na frente, era caprichosamente arrumado.
Flores não faltavam, por toda a parte. A Capela era uma beleza. Ele sempre nos ensinou a caprichar na Casa de Deus.
E as Missas? Dª Conceição Barreto ensaiava conosco, semanas antes e era ela quem se sentava em nosso modesto harmônio. Convidávamos os amigos, pois sempre fizemos por merecer excelentes amizades. Não havia a epidemia de hoje de querer ser popular. Pelo contrário, reconhecíamos a nobreza do homenageado. E ele sempre fez jus a este trato.
Desde o começo ele dedicou-se ao grupo com toda a sua alma. Ele vibrava com a nossa espontaneidade alegre e franca. Ele sempre sentiu orgulho de suas filhas, e sempre amou profundamente a cada uma.
Homem “reto”, doado, orante, moldável a qualquer situação. Com um senso apurado de justiça e lealdade, era e ainda é o pai integro, o amigo leal, o companheiro fiel, na caminhada prevista por Deus, para o grupo intitulado: “Mensageiras do Amor Divino.”
Sem a firmeza do Padre Eduardo, sem a sua orientação segura e sem o seu amor a Deus – Impossível de qualificar, teríamos só sobrado já nos primeiros tempos. Foi a pauta firme, e suave ao mesmo tempo, seguras em suas metas, alicerçadas por um testemunho impar, que manteve o grupo de pé, e fê-lo caminhar, progredir, para estarmos de pé até hoje, apesar dos vendavais passados e dos contratempos contemporâneos.
Padre Eduardo nos ama e doou a sua vida por nós, pelo grupo, hoje pela Congregação, a quem se dedica de corpo e alma, para maior Honra e glória da Divina Majestade.
Em uma das avaliações do último retiro anual – MAD – uma irmã registrou como ponto alto do retiro, “a humildade do Padre Eduardo”.
Realmente é um homem humilde: aceita, cala-se, disfarça, desculpa, nada comenta, finge não perceber… E não perde a sua serenidade.
Jamais perdeu o equilíbrio. Seu caráter é inflexível. Ele não engana, ainda que seja enganado.
Pe. Eduardo tem alma de artista – foi grande cantor. E assim uma pessoa sensível. Por isso sofre, mas como ele mesmo diz: ” secretamente”.
Sua discrição e recato são, sem comentários. Mas fortes de sua personalidade.
Homem disciplinado, de fé profunda – é um testemunho exemplar para as suas filhas.
Valorizado pelos que o conhecem e que admiram as suas qualidades raras, nos dias de hoje.
Acho importante registrar nesta crônica que sem o Padre Eduardo não existiriam as “Mensageiras”, porque o inicio do nosso modestíssimo grupo, dependeu da sua aquiescência a Primeira Inspiração e da sua orientação para os primeiros passos. Ele nos deu o sinal verde para começarmos, reuniu as três primeiras, escreveu a Primeira Regra.
Padre Eduardo sempre foi a alma do “grupo” respeitado, acreditado, obedecido e amado por suas integrantes.
Agradeço o Padre Eduardo em nome da família Mensageira, os “valores” que o Sr. descobriu, viveu, cultivou e transmitiu.
Obrigada Padre!”
Madre Felicy Braga.18 de fevereiro de 1995.
(Texto extraído da “Mensagem”- Nº 01, Jan/Fev. Pág. 4 e 5.)