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Humildade e Mansidão – Virtudes do Mês de Agosto

Neste mês – Agosto – temos como patrono, o apóstolo São Bartolomeu que traz para nós as virtudes da Humildade e Mansidão. Tendo como base o texto bíblico: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração” (Mt 11,29)

Há pessoas que nos impressionam pela simplicidade de vida, maneira de ser e tratar os outros, cuja bondade se pode ver nos olhos. Impregnadas de Deus, lembrando-nos Maria a mãe de Jesus, falam-nos profundamente sem usar de palavras.
Meditando o Evangelho, podemos imaginar a força que saia de Jesus contagiando as multidões e a força de suas palavras quando diz: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”.

  1. Alguém cheio de si, arrogante, fora de sua realidade, causa-nos mal estar. O simples, manso, humilde, bondoso, sempre nos cativa. Eis a realidade que Cristo pede que a prendamos dele!
    A humildade, derivada da temperança, coloca-nos no justo valor de nós mesmos: nossa limitação como criatura, nossa pequenez, nossas misérias, criaturas diante do Criador. Quanto mais conhecemos e vivemos a santidade e perfeição de Deus, mais a alma se sente profundamente pobre, sem nada. Voltando-se para o próximo não se espanta, não sente maior por si mesma pois compreende que tudo lhe veio de Deus.
    Neste conhecimento exato de si mesma e da grandeza e santidade de Deus a alma aceita-se em ser limitada, pobre miserável. Não se esquecendo que os dons são de Deus, gratuitos, não os exagera em si mesma para louvor próprio, mas – como Maria – através deles louva e bendiz o Senhor.
    A humildade não paralisa a ação, mas antes impulsiona e responsabiliza a alma no cuidado e crescimento de todos seus dons, isto é, colocando-a num esforço pessoal de estar sempre no fundamental: a santidade de Deus. Nesta dinâmica sem perder a realidade de Deus e a fragilidade pessoal, a alma se vê com tantos dons, valorizando-os, e no entanto, tão indigna. Torna-se evidente para ela ser um roubo conservar para si qualquer glória e louvor que é do Pai, como o faria o orgulho, vaidade, ambição, presunção, complacência em si mesma. Sua realidade é ser mansa e humilde, sem nada para que Deus lhe seja o tudo, vazio a ser preenchido.
    Nesta dimensão ela vê o irmão e seus dons a quem admira, se alegra, respeita, ama e não vê como competir, comparar, sobrepor, sentir-se mais por si própria. O peso e a medida é o próprio Deus e o nosso nada: sem mim nada podeis fazer. Enfim, quanto mais se conhece Deus, mais se conhece o próprio nada, mais se sente como último entre os irmãos.
  2. “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”, isto é, aquela mansidão de Cristo com seus apóstolos, com o povo, com os pecadores; aprender a temperar a ira e a agressividade natural quando ofendidos, machucados, até o justo equilíbrio da caridade recíproca.
    Contudo, ser manso não significa omissão. A própria caridade de Deus em nós faz nossa alma mansa se manifestar de forma firme, inquebrantável, segundo a reta razão, quando a injustiça e a caridade o pedirem. Mansidão, longe de ser debilidade ou brandura excessiva do caráter, dá-nos a sabedoria de não nos equivocarmos nos justos motivos da caridade e justiça. Não nos dispensa da vigilância diante da pusilanimidade e rigor excessivo. O peso e a medida só podemos encontrá-la no coração manso e humilde de Cristo: aprendei de mim!
  3. A humildade e mansidão de Cristo, qualquer que seja o ângulo que as contemplemos, nos confundem e nos assombram, pois, sua medida é a grandeza de quem se humilha e é manso. Humilde na pobreza, na sujeição, nas perseguições, nas injúrias e sofrimentos, no trabalho, na vida oculta de Nazaré, ele volta-se para nós: Aprendei de mim que sou manso e humilde decoração. “Vós, como eleitos de Deus, revesti-vos de entranhada misericórdia, bondade, paciência, humildade, doçura”. (Col 3,12). Junto das almas mais pobres e abandonadas, qual o vulto de Cristo manso e humilde que encontram em nós?

Trecho retirado do Livro “CSsR e Virtudes” de Pe. Gervásio Fabri dos Anjos, CSsR (pág 83) Editora Santuário

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