Mensagem Final da XXIII Assembleia Geral Eletiva da CRB Nacional
22 de agosto de 2013
O Retiro do Amor Divino e sua Dimensão Missionária
22 de agosto de 2013

O serviço de animação vocacional na Vida Consagrada

1. A regra de ouro da Animação Vocacional

“O convite de Jesus: “Vinde ver” (Jô 1,39) permanece ainda hoje, a regra de ouro da pastoral vocacional. Esta visa apresentar, seguindo o exemplo dos fundadores e fundadoras, o fascínio da pessoa do Senhor Jesus e a beleza do dom total de si à causa do Evangelho. portanto, a tarefa primária de todos os consagrados e consagradas é propor corajosamente, pela palavra e pelo exemplo, o ideal de seguimento de Cristo, amparando depois a resposta aos impulsos do Espírito no coração dos chamados” (João Paulo II, Vita Cosecrata, – nº 64).

2. A falta de vocações

“… Perdemos porventura a capacidade de atrair vocações? É necessário ter confiança no Senhor Jesus, que continua chamando para o seguir, e abandonar-se ao Espírito Santo, autor e inspirador dos carismas da vida consagrada… devemos elevar insistentemente suplicas ao Senhor da messe para que mande operários para a sua Igreja… Além de promover a oração pelas vocações, é urgente empenhar-se, através de um anuncio explicito e uma catequese adequada, por favorecer nos chamados à vida consagrada àquela resposta livre, pronta e generosa, que torna operante a graça da vocação” (VC, 64).

“Não serve uma preocupação de tipo emotivo; é necessário, ao contrário, um empenho de todos ao nível da ação. Muito embora admitindo progressos que se realizaram nos últimos anos, julga-se que a crise de vocações dependa em grande parte dos próprios consagrados, da sua indiferença e passividade”.

“Se a vida consagrada parece ser ignorada pelos jovens, isto poderá ser sinal de pouca clareza na identidade do Instituto. As dificuldades atuais podem ser vistas também como um convite de continuar no retorno às origens carismáticas querido pelo Concílio”.

3. A importância do testemunho

“Ao entusiasmo do primeiro encontro com Cristo, deverá seguir-se, obviamente, o paciente esforço daquela correspondência diária que faz da vocação uma história de amizade com o Senhor” (VC 64)
Destacamos aqui ass quatro etapas do Itinerário Vocacional:

• Despertar
• Discernir
• Cultivar ou desenvolver
• Acompanhar

“Os jovens sentem-se atraídos quando encontra religiosos e religiosas que vivem na alegria a seqüela de Cristo, sinceramente unidos entre eles, fiéis ao carisma do Fundador e verdadeiramente consagrados à missão da Igreja”.

“Freqüentemente a assim chamada crise das vocações era e é acompanhada pela crise dos que chamam. Tantos sacerdotes, religiosos, religiosos não se preocupam em fazer apostolado vocacional, mas deixam este trabalho unicamente aos para isso encarregados”.

4. Cuidar da qualidade e não só da quantidade

“… a escassez… não deve induzir ao desânimo nem à tentação de recrutamento fácil e imponderado. Importa que a tarefa de promover as vocações seja cumprida de modo tal que se manifeste cada vez mais como um empenho unânime de toda a Igreja” (VC 64).

“Muitas religiosas têm pressa de admitir as candidatas, não respeitando as etapas de maturação da fé em ordem a uma escolha mais consciente. Por conseqüência são numerosos os abandonos”.

5. Fazer animação vocacional na Igreja local

“Ora isso exige a ativa colaboração dos pastores, religiosos, famílias e educadores, como convém a um serviço que é parte integrante da pastoral de conjunto de cada Igreja particular. Exista, portanto, em cada diocese este serviço comum, que coordena e multiplique as forças, sem, contudo prejudicar – mas antes favoreça – a atividade vocacional de cada Instituto… A promoção das vocações… seja efetuada pelos vários Institutos em plena harmonia com as Igrejas particulares, na base de uma ativa e prolongada inserção na sua pastoral” (VC 64).

6. Investir as melhores energias na animação vocacional

“Esta colaboração ativa de todo o Povo de Deus, sustentada pela Providência, não poderá deixar de apressar abundância de dons divinos… O modo mais autêntico para secundar a ação do Espírito deve ser o de investir generosamente as melhores energias na atividade vocacional”!

7. O futuro da Vida Consagrada depende da Animação Vocacional

“A missão da vida consagrada e a vitalidade dos Institutos dependem, sem duvida, do empenho de fidelidade com que os consagrados respondem à sua vocação, mas têm futuro na medida em que outros homens e mulheres generosamente acolherem o chamado do senhor” (VC 64).

8. A Animação Vocacional depende da espiritualidade

“… A vida espiritual deve ocupar o primeiro lugar nos programas das Famílias de vida consagrada, de tal modo que cada Instituto e cada comunidade se apresentem como escolas de verdadeira espiritualidade evangélica. Desta opção prioritária, desenvolvida no compromisso pessoal e comunitário, depende a fecundidade evangélica. Desta opção prioritária, desenvolvida no compromisso pessoal e comunitário, depende a fecundidade apostólica, a generosidade no amor pelos pobres, a própria atração vocacional sobre as novas gerações. É precisamente a qualidade espiritual da vida consagrada que pode interpelar ass pessoas do nosso tempo, também elas sequiosas de valores infinitos, transformando-se assim num testemunho fascinante” (VC 93).

9. O Serviço de Animação Vocacional deve ser inculturado

“Pela inculturação, a Igreja encarna o Evangelho nas diversas culturas e, simultaneamente, introduz os povos, com suas culturas, na sua própria comunidade, transmitindo-lhes seus próprios valores, assumindo o que de bom nelas existe, e renovando-as a partir de dentro. Por sua vez, a Igreja, com a inculturação, tornar-s um sinal mais transparente daquilo que realmente ela é, e um instrumento mais apto para a missão” (João Paulo II, Redemptoris missio – nº 52)

O Serviço de Animação Vocacional no Brasil deverá ser “uma pastoral vocacional inculturada, dialogal, profética e ecumênica, aberta aos sinais dos tempos, que reforça a escolha e a liberdade dos vocacionados e vocacioandas… Uma pastoral vocacional atenta à cultura urbana, englobando as questões sociais e da pós-mordenidade”. “Permanece como desafio ‘um processo de inculturação mais adequado à juventude, destacando a questão da linguagem, dos símbolos, dos paradigmas e da comunicação dos animadores vocacionais”
(Documento Final do 1º Congresso Vocacional do Brasil nºs 18 e 21)

“Alguns Institutos sentem dificuldade em apresentar o próprio carisma aos jovens que vivem hoje nas culturas particulares. Nota-se por isso a necessidade de realizar um notável esforço no sentido de uma sintonia com a mentalidade dos jovens em ordem a transmitir a mensagem vocacional”.

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