Vim de uma família simples e pobre, nasci no dia 20 de abril de 1945. Meus pais José Rodrigues e Lina Leite Rodrigues, ambos já falecidos. Éramos em onze irmãos: José Otávio, Edna (eu), Wandeir, Gilberto, Valdemar e Ademar (gêmeos), Aparecida das Graças, Jorge, Maria José, João Batista e Pedro Luís. Agora somos em 4 irmão: Jorge, Pedro Luís, João Batista e eu. Moramos no Jardim São José, em Jacareí/SP.
Meu pai trabalhava na Companhia Telefônica Brasileira e minha mãe cuidando da família. Ele faleceu bem jovem; e minha mãe cuidou de todos nós, com garra e sabedoria. Todos de minha família, fomos para o trabalho muito cedo, embora, eu já cuidasse de meus irmãos menores.
Aos 15 anos, entrei na fábrica de Manufatura Santa Helena, que tecia tapetes. Nosso trabalho era de tecer os fios, e em seguida os tapetes. Um dado histórico, é que alguns destes tapetes, foram para a inauguração do palácio do Planalto, na nova capital do Brasil: Brasília/DF.
Conheci as Mensageiras do Amor Divino em Jacareí, no “Cantinho da Providência”. E a primeira Mensageira que conheci foi a Ir. Inês; ela dirigia a catequese na Paróquia Imaculada Conceição. Também moravam nesta comunidade das MAD: Ir. Elizabeth Mello (in memória), Ir. Terezinha Guimarães, Irene Mendes e Tereza Sovek (hoje estas três são ex-mensageiras).
No bairro em que nossa família morava (e mora), funcionava uma comunidade, já a catequese, era na casa da minha mãe, onde se reunia muitas crianças para as catequeses.
Ainda, na Paróquia Imaculada Conceição, fiz parte da Pia União das Filhas de Maria. Todos os sábados cantávamos o Ofício de Nossa Senhora. Eu também me consagrei como Filha de Maria. Foi um tempo de muito fervor e preparação de vida. Neste tempo tive boas amigas, que faziam parte da Paróquia, participavam do coral, além de serem professoras. Lembro-me bem da irmãs Ribeiro, Georgina Barbosa, Ana Maria, e outras que deram um suporte para o meu crescimento espiritual.
Quando meu pai morreu, eu tinha 18 anos. Achei que precisava ficar mais em casa ajudando a minha mãe e meus irmãos menores.
Foram 8 anos de comunicação com as Irmãs Mensageiras, para um discernimento vocacional. Tive a graça de conhecer a Madre Felicy, ela era bem jovem e cheia de vida, de entusiasmo, ela me visitava em casa! Ir. Inês foi a Mensageira que mais me acompanhou de perto, dando apoio. Também a Ir. Elizabeth me escrevia cartas, cartões, e com o seu testemunho me cativava mais ainda a pertencer as MAD. Só depois, destes 8 anos me senti fortalecida no ideal, e decidi ingressar na Congregação das MAD. Meus irmãos já estavam maiores, minha irmã Graça, já havia se casado. Então, pedi demissão da fábrica, apenas 4 dias antes de ir embora, isto foi em 15 de abril de 1971. Nestes 4 dias arrumei meu enxoval. Fui morar na casa do Postulantado, em Pindamonhangaba/SP, cuja formadoras eram a Ir. Odete Custódio e Ir. Ivone. Ao chegar em Pinda, antes de passar pelo portão, disse a mim mesma: “hoje estou nascendo de novo”. Mesmo que eu me preparei anos, para ingressar com as Mensageiras, não foi nada fácil, pois já estava com 26 anos de existência.
Quando ingressei nas Mensageiras, o grupo era Pio Sodalício. E em junho deste mesmo ano a (1971), a Santa Sé elevou o grupo de Madre Felicy à Congregação. Em fevereiro de 1972, comecei o noviciado canônico. Nossa Mestra foi a Ir. Bernadete e sub-mestra a Ir. Luciane Leal (hoje ex-mensageira). Erámos 5 noviças: Maria Eunice, Vera Lúcia, Maria Nair, Esmeralda e eu. Foi um tempo muito exigente, cheguei a estranhar e disse a Madre Felicy: “que não estava achando fácil e não sabia que as Mensageiras eram tão fechadas” – Dela recebi muito apoio e até me disse: “se eu soubesse que você seria mais feliz lá fora, eu era a primeira a ajudar a sair. Edna você lutou muito, foi espera de anos, tente mais”. E com certeza recebi muito apoio da Madre, e muita ajuda; sentia que ela me amava muito como Mãe da Congregação MAD.
Minha primeira profissão religiosa, foi em Pindamonhangaba, na casa do Noviciado, aos 19 de fevereiro de 1973. A celebração foi presidida pelo Bispo de Taubaté – Dom Francisco Borges do Amaral.
Minha primeira comunidade MAD, como Irmã, foi em Curitiba/PR – Comunidade Sagrado Coração de Jesus. Nosso trabalho era diretamente na Cúria diocesana. A Superiora local era a Ir. Margarida, além das Irmãs: Regina, Aparecida Santos e Ir. Maria Eunice, minha companheira. Lá participamos do curso do juniorato, participavam outras congregações. Tinhas bons professores, aulas de teologia da vida consagrada, pintura, música e culinária. Foi puxado, mas o curso e a convivência, nos possibilitou coesão e visão de vida.
No ano de 1974 fui transferida para Campinas/SP, afim de ajudar a Ir. Bernadete, mestra de noviças. Lá concluí o ensino médio, no colégio das Irmãs da Imaculada. A recomendação da Madre Felicy foi para que eu fosse uma boa estudante.
Em 1975 e 1976, fui compor a comunidade de Jacarezinho/PR. Lá a Ir. Inês era a coordenadora da comunidade das MAD e da Pastoral da Diocese, juntamente com o Pe. Audinei Carrera. Trabalhamos muito na pastoral da Diocese de Jacarezinho, tínhamos ainda, uma excelente equipe dos Retiros do Amor Divino (RAD). Além destes trabalhos, assumimos os cursos de formação de catequistas nas paróquias, a casa de retiros da Diocese. E foi lá que concluí meus estudos.
De 1977 a 1979, fui responsável pela etapa do postulantado em Pindamonhangaba/SP.
De 1980 a 1982, fui trabalhar em Aparecida/SP com as postulantes e com os Retiros do Amor Divino. No segundo semestre, participei do CETESP no Rio de Janeiro, a pedido da Madre Felicy. Em 1983 fui nomeada pela Madre para ser mestra de noviças, em Campinas/SP. Ficamos lá até o fim de 1983, depois a Madre Felicy transferiu o noviciado para a Comunidade em Pindamonhangaba. Lá permaneci até o ano de 1989, trabalhando com as noviças e postulantes.
Em 1989 fui transferida para São Paulo/SP para trabalhar no Lar Santana, onde fiquei até o ano de 1996. Neste período assumi a função de ecônoma geral da Congregação.
Em 1997, fui designada para trabalhar na Casa de Retiros do Mossunguê, em Curitiba/SP. Lá permaneci até final do ano de 2001.
Em 2002 fui eleita Madre Geral. Missão que desempenhei até o início do ano de 2008.
No ano de 2008 trabalhei na comunidade Recanto Monte Alegre, em São Paulo /SP. No ano seguinte fui transferida para a comunidade de Jacareí/SP, para trabalhar na pastoral paroquial.
Em 2011, minha mãe ficou muito doente, e fui morar com ela. Mas, nos dias de atividades paroquiais, lá estava eu. Isto foi até o ano de 2016, onde em junho, minha mãe faleceu e voltei para permanecer integralmente na Congregação; então pedi a Madre Kátia para ir integrar a comunidade Nossa Senhora do Mossunguê, afim de colaborar com a comunidade. Nesta comunidade se encontrava a Ir. Rita Emília, que muito cuidou de mim, pois nestes 5 anos em que estive lá, fiz duas cirurgias das carótidas, duas cirurgias das cataratas e quebrei o pé.
Em fevereiro de 2021, fui transferida para compor a comunidade Casa Mãe em Aparecida, onde permaneço até os dias de hoje.
Nesta trajetória de 50 anos de vida consagrada, como MAD, foram e são muito bem vividos, com muita dedicação a tudo o que a Congregação me confiou.
Eu só quero agradecer tudo que recebi e tudo que dei, sobretudo, colaborando em vários governos de Madre Felicy e Ir. Maria Inês. Agradeço a confiança que a Madre Felicy me depositou, as madres gerais que passaram, e a cada membro da Congregação, as minhas irmãs que comigo conviveram. Que Deus seja louvado por todos os acontecimentos.