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Anunciação: Experiência da Interiorização.

Anunciação do Anjo e o Sim de Maria.

O profeta Isaias que viveu 700 anos antes do nascimento de Cristo e profetizou: “A Virgem concebera e dará à luz um Filho. Ele será chamado Deus Conosco”. (Is7,14)
“Porque mil anos, diante de vos, são como o dia de ontem que passou, como uma só vigília da noite” (Salmo 89,8)

A História no coração do nosso Deus Trinitário é de sempre e para sempre, para o encontro da humana criatura com divina origem da Vida.

Deus no mistério da Encarnação, restaura a humanidade, e convida uma das criaturas amadas para ser missionaria do Pai, nos traz o Coração Divino para “habitar” na humanidade. Todo Mistério precisa ser acolhido, refletido e anunciado.

No tempo certo Deus coloca o seu dedo e faz acontecer a História da Salvação.

A obra renascentista intitulada A criação de Adão foi feita por volta de 1511 pelo famoso artista italiano Michelangelo.
(Imagem de Michael Skale por Pixabay)

O Mistério da Encarnação do verbo é assumido no profundo silencio do coração.

Quando o Anjo dirige a primeira palavra à Maria: Kaire-te (Alegra-te), chama toda pessoa de Maria a voltar o olhar a si mesma. Alegria da vinda do Salvador e a busca de entrar no mistério da Santíssima Trindade. Alegria de expressar que sua maternidade espiritual é transformada e ela se une à missão de seu Filho de trazer todas as pessoas ao Pai, como filhos e filhas adotivos. O Arcanjo comunicou a Maria que o Esperado das nações, o Príncipe da Paz, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, haveria de assumir nossa natureza, a fim de resgatar o gênero humano. Sentindo a perturbação da Virgem, o mensageiro divino lhe disse: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus”. (Lc 1, 30-31).

Alegra-te é o primeiro convite que Maria escuta de Deus e o primeiro convite que temos que escutar também hoje. Entre nós falta alegria. Com frequência nos deixamos contagiar pela tristeza de um mundo epidêmico de individualismo, tristezas pandêmicas.

Jesus não é a Boa Nova? Não sentimos a alegria de ser seus seguidores? Quando falta a alegria, a fé perde frescor, a cordialidade desaparece, a amizade entre os crentes esfria-se. Tudo se torna mais difícil. É urgente despertar a alegria nas nossas comunidades e recuperar a paz que Jesus nos deixou em herança. E a presença leve e nobre de Maria.

Na resposta do Arcanjo Gabriel à Virgem Mãe, na comunicação dos pormenores do plano divino, fica visível que Deus já havia preparado tudo aquilo que era necessário para realizar o plano da nossa salvação. Creio que, naquele momento, a humilde casa de Nazaré, onde habitava a Virgem Maria, cheirava a flores, anunciando uma nova primavera, uma nova floração, um novo tempo. Na luz do mensageiro divino, na luz do lar de Nazaré, nós contemplamos uma nova aurora, uma nova alvorada, uma nova, esperada e decisiva oportunidade de semear a caridade que aprendemos com o Amado.

A Anunciação
(Imagem de Dorothée Quennesson por Pixabay)

“Um anjo faz o anúncio, uma virgem o escuta, crê e concebe. Na alma, a fé, e no ventre, Cristo” (S. Agostinho).

Na pessoa de Maria, nós percebemos que Deus cuida de nós com zelo e atenção, ou seja, Ele caminha conosco no cotidiano da nossa História. É Ele quem comanda o leme da nossa História, é Ele quem nos ensina a avançar para águas mais profundas. Juntos de Deus, permanecemos na escola de Maria, escola de oração, de adoração, de entrega, oblação, sacrifício e renúncias em prol do advento do Reino dos Céus.

Nós Mensageiras do Amor Divino, através do exemplo de Maria seguimos Cristo e desejamos sermos um sinal da Alegria de Deus no meio do povo.

“A participação na Vida Divina, pela Graça, ressalta a beleza da ENCARNAÇÂO, em cujo Mistério contemplamos a escolha que Deus fez da natureza humana, para estabelecer seu Reino de Amor os homens. ‘’O verbo se fez carne e habitou entre nós’’ (Jo1, 1-14). Cristo é a primeira a maior graça que o Pai nos concedeu”. (Constituição M.A.D nº 7)

“Pela Encarnação, a Mensageira, na fidelidade e disponibilidade deixa Cristo viver nela, para transmiti-Lo aos outros. Ele nasceu e viveu pobre, no meio de seu povo de Israel, compadeceu-se das multidões e fez o bem a todos (cf. P. 190; Mc 6,34; At10,38). Por isso, ela procura encarna-se na realidade em que vive e trabalha para participar, com Cristo, na vida do irmão, ’fazendo-se tudo para todos’’ (I Cor9, 22). ‘’Mensageira’’ é aquela que transmite, irradia Cristo, ungido pelo Espírito Santo para ‘’anunciar o Evangelho aos pobres, para proclamar a libertação aos cativos, a recuperação da vista aos cegos e a libertação aos oprimidos” (Lc 4 18-19). (Constituição M.A.D nº 8)

“Pela Encarnação, a Mensageira é imitadora de Maria, no ‘’SIM’’ total ao Plano de Deus, assumindo as consequências de sua consagração e dispondo-se a irrestrito serviço e radical doação”. (Constituição M.A.D nº10).

Viver a Anunciação do Senhor é ser Alegria onde Deus nos colocou, vamos juntos como Família Mensageira gerar Cristo na humanidade carente de Alegria, Paz, Confiança.

Me. Kátia Regina Segateli, MAD

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